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Santa Casa realiza captação múltipla de órgãos

Transformar a perda de uma família em vida e esperança. Esta é a missão da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) da Santa Casa de Votuporanga, que se mobilizou para fazer a primeira captação múltipla de órgãos deste ano neste domingo (21/5).
Com sentimento de amor ao próximo e graças ao sim dos familiares, foram doados dois rins, um fígado e duas córneas de uma paciente de 57 anos, moradora da região. O transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam.
O procedimento teve a duração de aproximadamente cinco horas e foi acompanhado pela equipe da CIHDOTT e profissionais da OPO-SJRP (Organização de Procura de Órgãos do Hospital de Base).
Assim que é constatada a morte encefálica ou parada cardiorrespiratória, diálogo entre os profissionais e os familiares é realizado de forma cuidadosa e humanizada, respeitando o momento de dor pela perda do ente querido. “A paciente havia manifestado a sua vontade de doar órgãos para sua família, que prontamente cumpriu seu desejo. Com essa autorização, foi possível iniciar o processo e levar esperança para aqueles que estão na fila do transplante”, disse a coordenadora da Comissão, Fernanda Bueno Medeiros.
A partir daí, a Central de Transplantes foi notificada e articulou a operação. Para o processo acontecer, foi fundamental a colaboração e apoio das equipes de Emergência, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Centro Cirúrgico, CIHDOTT e administração do Hospital, além do trabalho de todos do Hospital. “Participaram cirurgiões, clínicos, enfermagem, serviço social para que essa captação múltipla tivesse êxito. Mas nada disso seria possível se não fosse a decisão da família, que em um momento de dor fez esse ato nobre”, complementou. 
Esse ato de solidariedade da família irá beneficiar diretamente nove pacientes que estão na fila de espera para receber os órgãos para transplante. A escolha de quem recebe o órgão é determinada pela Central de Transplantes do ministério, que cruza as informações do doador com as de quem está na lista, avaliando, por exemplo, tempo de espera, idade e padrão de compatibilidade sanguínea e imunológica. O processo é sigiloso e não há contato entre doador e receptor.
A enfermeira clínica Juliana Faria Elizei destacou que os critérios para doação de órgãos são bastante rigorosos e específicos. “O Hospital segue normas/protocolos estabelecidos e as etapas necessárias para a efetivação do processo. Mesmo assim, conseguimos graças ao trabalho de conscientização sobre a importância do diálogo, que é o diferencial para o aumento dos procedimentos”, disse a enfermeira.
Juliana reforçou a necessidade de informar a família em caso de interesse em ser doador de órgãos. “No Brasil, a doação de órgãos só é realizada mediante autorização familiar, de acordo com a legislação, sendo essa a única maneira legal de garantir efetivamente que a vontade do doador seja respeitada”, enfatizou.


Sobre a Comissão
 A Comissão está vinculada à Equipe da OPO-SJRP (Organização de Procura de Órgãos do Hospital de Base) que promove a ligação com a rede Nacional de Transplantes. O serviço da CIHDOTT oferece a chance de doar os órgãos e multiplicar o gesto, colaborando no ato da doação e também insere o Hospital no sistema nacional de transplante.