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Médica infectologista da Santa Casa alerta para complicações da dengue

No decorrer das primeiras 11 semanas de 2024, o Brasil enfrenta uma situação alarmante com os números da dengue atingindo patamares históricos. Conforme os recentes dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o país ultrapassou a barreira dos 2 milhões de casos, somando um total de 2.010.896 diagnósticos de dengue, entre casos prováveis e confirmados. Esta cifra representativa não apenas destaca um grave problema de saúde pública, mas também estabelece um novo recorde na série histórica monitorada desde o ano 2000.
A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os sintomas iniciais incluem febre, dor de cabeça, dor muscular e nas articulações, além de erupções cutâneas. No entanto, em casos mais graves, pode levar a complicações sérias que exigem atenção médica imediata.
A médica infectologista da Santa Casa de Votuporanga, Dra. Regina Silvia Chaves de Lima, explicou as principais complicações. “Uma das principais complicações da dengue é a queda abrupta das plaquetas, o que aumenta o risco de sangramentos graves. Além disso, a doença pode afetar o coração, causando miocardite, e o sistema nervoso central, levando à encefalite. Portanto, é crucial estar atento a sinais de alerta, como falta de ar, cansaço excessivo e sintomas neurológicos, como tontura, perda de memória e dificuldade na fala”, orientou.
Os casos mais complicados são comuns nos grupos de risco, como crianças, idosos, pessoas com comorbidades pré-existentes, gestantes e imunossuprimidos.

Problemas hepáticos
A dengue hemorrágica pode levar a problemas no fígado, como a hepatite aguda, uma doença caracterizada pela inflamação das células hepáticas. Isso acontece porque o vírus pode afetar o funcionamento de diversos órgãos. Seus sintomas incluem náusea, vômito e cansaço.

Encefalite
A encefalite é uma das consequências mais graves da dengue. Ela é caracterizada por uma inflamação severa no cérebro e, geralmente, está associada a uma infecção por vírus, como é o caso da dengue.

Problemas cardíacos
A dengue, em sua forma mais grave, também pode levar a problemas cardíacos, principalmente em pacientes que já possuíam doenças cardiovasculares pré-existentes, como a miocardite, caracterizada pela inflamação de uma camada da parede do coração, e a insuficiência cardíaca, quadro em que o coração não consegue bombear sangue de forma adequada.
O tratamento da dengue grave requer hidratação adequada e, em alguns casos, transfusão de plaquetas. “Monitorar os sinais vitais, como pressão arterial e frequência cardíaca, é essencial para garantir a estabilidade do paciente. Além disso, é importante procurar assistência médica assim que os sintomas se manifestarem, especialmente se houver sinais de complicações”, complementou a especialista.
Embora muitas complicações da dengue possam ser reversíveis, algumas podem deixar sequelas permanentes. A recuperação completa geralmente ocorre dentro de um ano, mas complicações cardíacas, como miocardite, podem resultar em danos duradouros ao coração.
Portanto, é fundamental estar ciente dos riscos associados à dengue e adotar medidas preventivas, como eliminar criadouros do mosquito vetor, usar repelentes e telas de proteção nas janelas. “Além disso, ao apresentar sintomas, é crucial procurar assistência médica para um diagnóstico preciso e tratamento adequado, reduzindo assim o risco de complicações graves”, afirmou.